Ainda segundo o relatório, a resposta de IA tende a ganhar espaço no resultado orgânico na página de busca, assim como no comportamento digital do consumidor. 

Inclusive, o Google começou a incluir resultados de IA na página de busca no Brasil recentemente.

Relatório Cadastra/Similarweb mostra avanço da IA, experiências reais e outras tendências no SEO para 2024

  1. Resposta de IA tende a ganhar espaço no resultado orgânico da página de busca (SERP), assim como no comportamento digital do consumidor (brasileiro é um dos que mais adere) 
  2. Google fez outras atualizações importantes, com destaque para a introdução do critério experiência, a criação do filtro Perspectivas e mais rigor na área de conteúdo útil 
  3. Além do Bing, busca orgânica ganha força em marketplaces e no TikTok 

Para onde vai à área de otimização de posicionamento de busca orgânica, SEO na sigla em inglês?


Essa indagação uniu a Cadastra, empresa global de estratégia, tecnologia, dados e marketing, e a Similarweb, renomada plataforma de inteligência digital competitiva, na produção do relatório inédito “O Futuro da Busca”.

A partir de estudos e dados de profissionais de ambas as organizações, o relatório aponta a rápida ascensão da Inteligência Artificial (IA) na área, as mudanças recentes no comportamento digital dos consumidores e nas políticas e funcionalidades dos buscadores, o que impacta diretamente as estratégias das marcas e a consolidação de novos espaços de pesquisa.

O relatório traz que, embora o recurso já estivesse em alta em ambientes corporativos e técnicos há alguns anos, a “virada de mesa” do IA chegou com o lançamento para pessoas físicas do ChatGPT. O público brasileiro reagiu rápido com o registro de 375,8 milhões de acessos entre novembro de 2022 e agosto de 2023. A média de usuários únicos por mês foi de 5,2 milhões, com tempo médio de navegação no Brasil de 11 minutos, versus uma média global de oito, segundo dados da Similarweb.
A resposta do Google veio em seguida com o lançamento do Bard (mecanismo de IA generativa que recebe em média 5,7 milhões de novos usuários/mês), mas, em paralelo, a plataforma já vinha agregando essa tecnologia a seu buscador desde 2015 (RankBrain), até, em 2021, o lançamento do MUM – Multitask Unified Modal, recurso mais sofisticado para compreensão de linguagem e informações em múltiplos formatos incluindo imagens.

A última novidade, ainda em teste nos EUA, no Japão e na Índia, é o Search Generative Experience (SGE), com resultados gerados por IA diretamente no resultado da página de busca, ou seja, além dos tradicionais links e outros conteúdos da pesquisa, aparece em destaque a resposta curta sugerida pela IA. Até o momento, os usuários têm reportado uma experiência positiva com o SGE, principalmente em temas complexos.

A faixa entre 18 a 24 anos está mais satisfeita, apreciando a opção de continuar fazendo perguntas no modo conversacional. No entanto, informações equivocadas ou incompletas e vieses em algumas respostas ainda são desafios.


Assim como em outros mercados, a IA terá grande impacto no SEO, mas entendemos que haverá uma fusão destes recursos, até porque estudos já apontam que as respostas automatizadas têm mais credibilidade quando vêm acompanhadas de links e fontes das informações que apresentam. E, como vimos em outras ondas, o brasileiro tem tudo para ser um dos pioneiros nesta área”, afirma Letícia Bernardino, gerente e associate partner da Cadastra e uma das responsáveis pelo relatório.

Certamente o lançamento do ChatGPT suscitou um interesse marcante no cenário brasileiro. Os indicadores de usabilidade da plataforma corroboram sua notável aceitação e implementação. Será intrigante observar se a população brasileira assimilará a utilização desta ferramenta em seu cotidiano, além do entusiasmo inicial após o lançamento da ferramenta. O que sabemos hoje é que o ChatGPT mantém sua posição de destaque entre os sites mais frequentados em escala global”, completa Vicky Almeida, Insights Leader LATAM da Similarweb.

Outra novidade importante é o lançamento do Filtro Perspectivas no Google (já disponível nos EUA). Ele destaca experiências em primeira mão e conteúdo criado por indivíduos com profundo conhecimento do assunto. Dentre os principais conteúdos oferecidos, estão vídeos do Youtube e TikTok, postagens do Reddit, Quora, X (Twitter), Instagram, além de fóruns de discussão, blogs e artigos.

Um “E” a mais faz diferença
Sob uma perspectiva mais técnica, o Google fez uma mudança importante no fim do ano passado. Ao já conhecido parâmetro de relevância de conteúdo em buscas orgânicas E.A.T. (Expertise, Autoridade e Confiança na sigla em inglês) acrescentou um “E”, referente a experiência. Esse conceito valoriza a experiência real que as pessoas têm com produtos, serviços, lugares e outros em conteúdos sobre esses assuntos. Em algumas situações, o mais valioso em conteúdo é ter sido produzido por alguém que vivenciou uma experiência, experimentou ou testou um produto.

Outra mudança técnica foi a atualização do conceito de conteúdo útil. O objetivo foi reduzir a relevância de conteúdos escritos exclusivamente para ranqueamento nos mecanismos de busca. “Essa mudança responde à questão de se produzir muito conteúdo via IA apenas para ranqueamento irá produzir uma relevância maior. A resposta mais direta é que NÃO.

Se o Google detectar essa prática pode penalizar o site como um todo, até mesmo as áreas de conteúdo relevante. Logo, essa prática tem que ser abolida e o conteúdo original de qualidade continua sim com o seu papel fundamental”, ressalta Letícia Bernardino.